"Um indício de que nos tornamos vítimas do auto-engano é se ficarmos irados quando nossas crenças são questionadas. Em vez de ficarmos irados, é sábio manter a mente aberta e escutar com atenção o que outros dizem - mesmo quando temos certeza de que a nossa opinião está certa. - A Sentinela de 15 de julho de 2003, p.22

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Carta aberta ao líder das Testemunhas de Jeová

M.JAMES PENTON não é apenas mais um mero dissidente.
Ele escreveu o livro • Apocalipse Adiado: A História das Testemunhas de Jeová 
Trata-se de uma obra "acadêmica", não é o fruto de rompantes emocionais ou produto de mágoas e desilusões.

Carta Aberta do Historiador M. James Penton Para o Líder das Testemunhas de Jeová
M. James Penton

Milton G. Henschel, Presidente 
Watch Tower Bible & Tract Society 

25 Columbia Heights 
Brooklyn, New York 
U.S.A. 11201

11 de Agosto de 1995

Exmo. Sr. Henschel:

Ontem chegou-me às mãos um exemplar da revista Awake! (Despertai!) de 22 de Agosto [de 1995] com os artigos acerca de "O Holocausto: Quem o Denunciou?". Depois de ler os artigos nessa edição da Awake!, fiquei profundamente chocado e enojado.

A Watch Tower Society já há muito tempo que vem tentando fazer um encobrimento da espécie mais desonesta que é possível. Quando a sua organização censura apropriadamente outras comunidades religiosas devido aos compromissos e apoio que deram ao Nazismo, tenta dizer que as Testemunhas de Jeová, e só as Testemunhas de Jeová, nunca foram culpadas de compromissos semelhantes. No entanto, a história revela uma realidade diferente. A "Erklärung" ou "Declaração" publicada pela Watch Tower Society na Convenção de Berlim das Testemunhas de Jeová em Junho de 1933 é, por si só, evidência clara de que o presidente da Sociedade, Juiz J.F.Rutherford, acompanhado por N.H.Knorr, manifestou anti-semitismo, hostilidade à Grã-Bretanha, aos Estados Unidos e à Liga das Nações. Mais ainda, a "Erklärung" diz claramente que as Testemunhas de Jeová apoiaram os objectivos do Terceiro Reich.

Além da "Erklärung", há a evidência da carta que a Sociedade enviou a Hitler em 25 de Junho de 1933 ou imediatamente a seguir a essa data, e existem as declarações públicas feitas acerca da convenção de Berlim por Konrad Franke em conferências realizadas por toda a Alemanha há alguns anos. Eu tornei tudo isto público no meu livro Apocalypse Delayed (1985) - sei que foi lido na sede da Watch Tower, tanto através de documentos dos tribunais como por relatos internos - e na edição da Primavera de 1990 do The Christian Quest. Portanto, é impossível que membros responsáveis da sua organização não saibam os factos. A Awake! de 22 de Agosto [de 1995] não passa de uma abominação histórica.

Estou a par da tentativa débil do Anuário das Testemunhas de Jeová de 1974 de desculpar o Juiz Rutherford e a Watch Tower Sociedty em Brooklyn, ao dizerem que o superintendente da filial alemã da Sociedade, Paul Balzereit, "enfraqueceu" a "Erklärung". Mas a "Erklärung" ou "Declaração" foi publicada tanto na versão inglesa como na versão alemã do Anuário das Testemunhas de Jeová de 1934 como uma declaração oficial da Watch Tower Society. Portanto é impossível acreditar que não tenha sido sancionada por Rutherford e pelo homem que lhe sucedeu como presidente da Sociedade, N. H. Knorr. Portanto, os líderes das Testemunhas de Jeová daquele tempo tentaram fazer aquilo que se qualifica como prostituição espiritual com o Terceiro Reich à maneira das duas irmãs, Oolá e Oolibá, mencionadas em Ezequiel 23, segundo os próprios ensinos da Sociedade.

Embora eu não espere uma resposta sua, nem a deseje, para me certificar de que o senhor, pessoalmente, está a par do factos, envio-lhe [em anexo] os seguintes documentos.

•Uma fotocópia da "Erklärung" original;
•Uma fotocópia da "Erklärung" tal como apareceu na edição Alemã do Anuário das Testemunhas de Jeová de 1934;
•Uma fotocópia da "Declaração" tal como apareceu na edição inglesa do Anuário das Testemunhas de Jeová de 1934;
•Uma fotocópia da carta [enviada a] Hitler, mais a respectiva tradução para inglês;
•Uma cópia da edição da Primavera de 1990 do The Christian Quest.
Como sei perfeitamente que o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, do qual o senhor é um membro sénior, está a levar por diante uma campanha mentirosa para (1) fazer parecer que as Testemunhas de Jeová são a classe do escravo fiel e discreto na terra e (2) lançar descrédito sobre outras religiões, eu, como ex-Testemunha de Jeová, historiador profissional, e Cristão que acredita que Deus não precisa das nossas mentiras, sinto-me compelido a expor os factos para o público em geral. Assim, estou a enviar cópias desta carta, mais a documentação acima mencionada, tanto para publicações religiosas como seculares em todo o território dos Estados Unidos e do Canadá. É claro que também disponibilizarei essa documentação a pessoas em outras terras para que a informação se torne conhecida em todo o lugar onde for possível.

Para terminar, Sr. Henschel, peço ao Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, que tem uma pesada responsabilidade perante Deus e a humanidade, que seja honesto e admita os factos. A hipocrisia e a falsificação do registo histórico são pecados sérios, como certamente sabe.

Sinceramente,

M. James Penton, PhD 
Professor Emeritus


fonte:http://extestemunhasdejeova.net/forum/viewtopic.php?f=20&t=11005

Carta das Testemunhas de Jeová Para Adolf Hitler


Carta das Testemunhas de Jeová Para Adolf Hitler


Há dias venho trabalhando na tradução de um documento que, creio, desfere um golpe certeiro e mortal na suposta idoneidade da Watchtower. Trata-se da carta (de bajulação) a Adolf Hitler, datada de 1933. De lá para cá são mais de 60 longos anos de esquecimento, tempo mais do que suficiente para os fatos serem esquecidos e encobertos ou, quando vêm à tona, "branqueados". A Torre de Vigia tem o hábito nada salutar de lançar pesadas críticas a outras religiões por sua conivência ou covardia perante os nazistas, ao passo que oculta o seu próprio passado.
Está ela até mesmo a fazer uma campanha mentirosa de exposição de sua entidade como opondo-se a Hitler desde o princípio, quais mártires em campos de concentração, por meio de vídeos ("triângulos roxos"). De fato, muitas TJ foram enviadas a tais campos. Todavia esta é apenas uma parte da história, pois o Corpo Governante estremece só em pensar na possibilidade de a parte oculta deste episódio vir a público.
Mesmo as pobres vítimas da STV não têm qualquer conhecimento de que a sua organização também tentou, a exemplo de outras religiões, apaziguar Hitler por fazer-lhe "cócegas nos ouvidos", com expressões de apoio e lisonjas ao "führer", bem como ataques à Grã-Bretanha, aos Estados Unidos e aos judeus. Muitos não sabem que, na verdade, os líderes da STV tentaram "lamber as botas" dos nazistas e que, Rutherford, após breve visita a Alemanha, partiu de volta à América, deixando a "raia miúda" entregue à própria sorte, a defender com sua vida uma integridade organizacional que não existia. Estes pobres coitados -- juntamente com judeus, ciganos, comunistas, homossexuais e dissidentes, entre estes pessoas de outras religiões, que a STV não gosta de mencionar -- foram lançados aos campos de concentração, pagando, ignorantes, com sua dor, o preço do mito, do grande mito que é a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados.
Passo a expor, na íntegra o conteúdo da tal carta, bem como comentários sobre o mesmo. Vejam, por si mesmos QUEM de fato é a STV. Eu enumerei os parágrafos de 1 a 25, de modo a facilitar a consulta do leitor.
A carta mostra alguns pontos flagrantemente comprometedores para quem professa ser o "escravo fiel e discreto", escolhido por Deus desde 1919, portanto, 14 anos ANTES da publicação desta infame carta. Vamos a eles:
1) A "sociedade" estranhamente, no parágrafo 2, chama os clérigos católicos de "cristãos" e não de "cristandade", como é costumeiro encontrar em sua literatura ao atacar outras religiões. Este inesperado e subreptício "ecumenismo" dificilmente se harmonizaria com a doutrina da única religião verdadeira, os únicos e autênticos cristãos, separados do "mundo" (João 15:18, 19) e de "Babilônia" (Apocalipse 17:5).
2) Nos parágrafos 7 e 8, a "sociedade" se diz extremamente amigável à Alemanha, afirmação que não seria de se estranhar caso não proviesse de uma organização que se diz apolítica, não distinguindo as pessoas por nação, raça ou etnia. Por outro lado, ataca os Estados Unidos (irônicamente, o seu país-sede), a Igreja Católica e os judeus, chamando a estes dois últimos de perseguidores de seu trabalho, num discurso, sem dúvida, bem agradável aos nazistas, os quais pretendiam exterminar os judeus da face da terra e dominar o mundo. A Torre de Vigia não teve aqui a coragem de informar aos nazistas que, para Deus, "não há nem judeu nem grego, não há nem escravo nem homem livre..." (Gálatas 3:28), mas que, "..em cada nação, o homem que teme [a Deus] e que faz a justiça lhe é aceitável" (Atos 10:35) Adicionalmente, queira notar o leitor que a própria STV afirma que sua organização tomou uma posição CONTRA (e não neutra) a propaganda desfavorável à Alemanha naquele período, reconhecidamente "negro" de sua história. Não incorre tal afirmação em uma violação do princípio da "neutralidade cristã"?
3) Nos parágrafos 14 e 15, A STV diz que NÃO HÁ DIVERGÊNCIAS ENTRE SEUS OBJETIVOS E OS OBJETIVOS DO GOVERNO NAZISTA. Chega, inclusive, ao ponto de classificar os princípios de Hitler como "elevados ideais". Embora, num linguajar altamente dúbio, ela mencione ideais "apolíticos" e "religiosos", é difícil para alguém com um mínimo de honestidade para com a História, dizer que ideais nazistas são estes que se harmonizam com o pensamento de Cristo. A "sociedade", no entanto, não parece aqui encontrar dificuldade em harmonizar Hitler e Jesus Cristo. Ademais, ela não pode, em sua defesa, alegar desconhecer os objetivos do Terceiro Reich à aquela altura, pois, cerca de uma década antes (1923), Hitler e os Nazis tentaram um golpe de estado, sendo que Hitler, durante o período em que esteve na prisão, escreveu seu livro "Mein Kampf" ("Minha Luta"), que é a própria "bíblia" do nazismo, disponível a quem quisesse tomar conhecimento dele. Era a STV ignorante destes fatos? A história mostra que não, pois, mais adiante a própria STV menciona parte do estatuto nazista.
4) No parágrafo 16, a STV centra o seu ataque agora à Grã-Bretanha, em especial à Inglaterra, apesar de neste país não ter havido perseguição à sua entidade, a exemplo do que acontecia àquela época na Alemanha. A despeito de se dizer "neutra" em assuntos políticos e "separada do mundo", a Torre de Vigia acusa a Inglaterra e os Estados Unidos de tratarem injustamente a Alemanha e de imporem-lhe pesados "fardos". Pode-se classificar estas declarações como expressão da assim chamada "neutralidade cristã"? Deve o leitor notar que ela própria afirma que, "quer em sentido financeiro, POLÍTICO ou católico romano", o conteúdo de seus livros é dirigido contra os "opressores" do povo alemão, ou seja, os Estados Unidos e a Inglaterra.
5) No parágrafo 18, a STV expressa a decisão de seus próprios membros de se submeter às proibições impostas pelo governo, na suposição de que Hitler logo mudaria o decreto. Uma posição bastante estranha se considerarmos o princípio de "obedecer a Deus como governante antes que aos homens" (Atos 5:29) Estariam os cristãos a temer os nazistas antes que a Deus? Deveriam os verdadeiros cristãos obedecer, ainda que só por um tempo, ordens contrárias à sua consciência?
6) No parágrafo 20, a STV afirma que o documento entitulado "Declaração de Fatos" foi lido perante os 5.000 congressistas e aprovado UNANIMEMENTE. Apesar de, no anuário de 1975, ser dito que muitos irmãos discordaram do teor deste documento, relata-se que, mesmo assim, providenciaram que fosse distribuído aos milhões. Por que razão não protestaram e exigiram um esclarecimento dos fatos? Seria por temor de Hitler? (em breve, exporei a íntegra deste documento também altamente comprometedor)
7) No parágrafo 21, a carta classifica de "JUSTOS" os princípios do partido nazista, os quais ela própria passa a transcrever nos parágrafos 22 e 23, mostrando NÃO desconhecer os objetivos do Terceiro Reich. Deve o leitor notar que tais princípios exaltam a raça germânica e expressam o mais puro anti-semitismo. Aqui, a STV não teve sequer o cuidado de omitir, ao menos, a segunda parte do estatuto nazista, onde se faz um ataque preconceituoso e criminoso contra o povo judeu. No afã de ser agradável a Hitler, os "homens de Brooklyn" acabaram por converter-se, na prática, ao nazismo, seja por endossarem a glorificação da raça ariana, seja por endossarem o anti-semitismo.
8) No parágrafo 24, não considerando suficiente o endosso do estatuto nazista, a Watchtower pede para ser julgada, primariamente, pela Bíblia e, secundariamente, pelo programa nazista, como se fosse possível a harmonia entre estes dois compêndios. Ora, o que pode haver em comum entre o cristianismo e o nazismo? Não é um a negação do outro? Na prática, isto é o mesmo que alguém pedir para ser julgado, em parte, pela palavra de Deus e, em parte, pela palavra de Satanás.
9) Finalmente, no parágrafo 25, a Watchtower despede-se do "führer" com lisonjas, dizendo-se desejosa de ter a aprovação dele. Em nenhum trecho desta carta, seguiu ela o exemplo dos hebreus Sadraque, Mesaque e Abednego (Daniel 3:13-18), os quais, diante do poderoso rei da Babilônia, negaram-se a cumprir o seu decreto, mesmo ao preço de suas vidas. Em nenhuma parte deste documento, tiveram os "homens de Brooklyn" a bravura de mostrar o conflito óbvio entre os ensinos de Cristo e o programa do partido nazista. Fizeram isto por receio? Jesus Cristo disse:
"Todo aquele que ficar envergonhado de mim e das minhas palavras, nesta geração adúltera e pecaminosa, deste o Filho do homem também se envergonhará, quando chegar na glória de seu Pai, com os santos anjos." (Marcos 8:38)
Assim sendo, conforme afirmou o professor James Penton, em sua carta à Watchtower, a STV praticou prostituição espiritual, a exemplo das irmãs Oolá e Oolibá, mencionadas por um profeta bíblico. Seria exagero classificar tal documento como "fornicação espiritual com o nazismo"?
É também digno de nota que o conteúdo desta carta, bem como da "declaração de fatos", é tão devastador para a "organização", que ela jamais o expõe por inteiro em sua literatura, limitando-se à publicação apenas de um trecho do parágrafo 7 e omitindo as partes mais comprometedoras. Como o outro documento (a declaração de fatos) alcançou distribuição em larga escala, não sendo possível sua ocultação, ela tratou de "sanear" o episódio por culpar o Sr. Balzereit, o qual redigiu a carta juntamente com o próprio Rutheford. O curioso é que, além de não apresentar provas de tal fato, ela ainda afirma não ter sido a primeira vez que esta pessoa "amainava" o conteúdo de declarações da STV às autoridades. Estranho é que tal pessoa, diante de tais acusações, ainda estivesse de fato, a ocupar posição de direção da sede na Alemanha. De sobremaneira estranho, tendo em vista que tais designações são supostamente feitas sob a orientação do Espírito Santo.É também, da mesma forma, intrigante que ela não tivesse providenciado em tempo hábil a supressão de tal documento espúrio nem tenha emitido nenhuma nota pública dando a conhecer tal suposta "fraude". Sabe-se ser típico das grandes corporações lançar a responsabilidade por seus atos condenáveis a pessoas individuais, a atos isolados, eximindo-se, assim, da culpa por tais atos. Seria este o caso? Os leitores poderão ler a íntegra desta tentativa de "branqueamento" da história no Anuário de 1975.
Eis o conteúdo da famigerada carta, um conteúdo claramente anti-semita e hostil à Grã-Bretanha e aos Estados Unidos e, no entanto, bastante "simpático" à Alemanha nazista. Tirem suas conclusões...
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Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados,
Ramo Alemão, Wachtturmstrasse 1-19,
Magdeburg/Alemanha: Postsch 4042
Telefone, Magdeburg 405 56, 405 57, 405 58
Caro Chanceler,
[1] Em 25 de Junho de 1933, no Sporthalle Wilmersdorf, em Berlim, houve uma conferência de aproximadamente 5.000 Estudantes da Bíblia (Testemunhas de Jeová), representando diversos milhões de alemães que são amigos e seguidores deste movimento por muitos anos. O objetivo desta conferência, à qual compareceram representantes de todas as comunidades de estudantes da Bíblia da Alemanha, foi encontrar meios e formas de informar ao Chanceler, bem como a outras altas autoridades do Reich alemão e o governo de seus países individuais do que se segue:
[2] Em diversas partes do país, ações estão sendo tomadas contra uma corporação de sérios cristãos, homens e mulheres, que tem no cristianismo positivo o seu fundamento. Tais ações só podem ser descritas como perseguição de cristãos contra outros cristãos, já que as acusações -- as quais tem levado a tais ações contra nós -- provêm primariamente de clérigos, especialmente católicos, e são inverídicas.
[3] Estamos absolutamente convencidos da imparcialidade das autoridades do governo que lidam com esta situação. Ainda assim, concluímos que o conteúdo de nossa literatura e o propósito de nosso movimento são amplamente mal interpretados em razão das acusações dirigidas a nós por nossos opositores religiosos e que poderiam resultar em um ponto de vista deturpado. Isto também poderia se dever ao volume de nossa literatura e a alta sobrecarga de trabalho sobre os respectivos funcionários.
[4] Por esta razão, os assuntos discutidos na conferência foram expostos na forma de uma declaração da Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, a fim de informá-lo, Sr. Chanceler, bem como as altas autoridades do Reich Alemão e seus países, com um documento, do fato de que os Estudantes da Bíblia da Alemanha têm apenas um objetivo em seu trabalho, a saber, conduzir as pessoas de volta a Deus e ser testemunhas do nome de Jeová, o altíssimo, o pai de Nosso Senhor e redentor aqui na terra, Jesus Cristo.
[5] Estamos convencidos de que o Sr. Chanceler não permitirá que tais atividades sejam perturbadas. As congregações dos Estudantes da Bíblia da Alemanha e seus membros são, em geral, conhecidos como respeitáveis defensores do Altíssimo e zelosos estudantes da Bíblia. As autoridades policiais locais deverão atestar o fato de que os Estudantes da Bíblia têm de ser contados dentre os elementos do país e seu povo que são conhecidos pelo seu amor e apoio à ordem. Sua única missão é conduzir os corações humanos a Deus.
[6] A Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (situada em Magdeburg / Alemanha) é o centro organizador da missão dos Estudantes da Bíblia.
[7] A sede de Brooklyn da Sociedade Torre de Vigia é -- e sempre tem sido -- extremamente amigável à Alemanha. Em 1918, o presidente da sociedade e sete membros da diretoria nos Estados Unidos, foram sentenciados a 80 anos de prisão, por motivo de que o presidente se recusou a permitir que duas revistas nos Estados Unidos, as quais ele editava, fossem usadas para fazer propaganda de guerra contra a Alemanha. Estas duas revistas, "A Sentinela" e "Estudante da Bíblia" (mensal), foram as únicas revistas nos Estados Unidos que se recusaram a publicar propaganda anti-germânica e, por esta razão, foram proibidas e suprimidas na América durante a guerra.
[8] Da mesma maneira, no curso dos meses recentes, o conselho de diretores de nossa sociedade não apenas recusou engajar-se em propaganda contra a Alemanha, mas até tomou posição contra isto. A declaração anexa assinala este fato e enfatiza que as pessoas na liderança de tal propaganda de horror nos Estados Unidos (homens de negócios Judeus e católicos) são também os mais severos perseguidores do trabalho de nossa sociedade e seu conselho de diretores. Esta e outras declarações destinam-se a repudiar a injuriosa acusação de que os Estudantes da Bíblia são apoiados pelos judeus.
[9] A conferência de 5.000 delegados recebeu a declaração do governador em Magdeburg com grande satisfação, o qual disse não se poder provar que haja qualquer relação entre os Estudantes da Bíblia e os Comunistas ou Marxistas, como foi declarado por nossos opositores religiosos (o que quer dizer que tais declarações não passam de injúria). Uma reportagem de imprensa no Magdeburg Daily News n.º 104, de 5 de Maio de 1933, diz:
[10] "A declaração do governo referente à ocupação da sede dos Estudantes da Bíblia: O departamento de Imprensa emitiu a seguinte informação: 'A Ocupação da propriedade da Sociedade dos Sérios Estudantes da Bíblia em Magdeburg foi suspensa em 29 de Abril, já que nenhum material que confirmasse as atividades comunistas foi encontrado'.
[11] Outra reportagem no Magdeburg Daily News n.º 102, de 3 de Maio de 1933, diz:
[12] "O escritório dos Estudantes da Bíblia informou-nos que as ações tomadas contra a Sociedade Torre de Vigia e a Sociedade dos Estudantes da Bíblia foram abolidas. Toda a propriedade foi devolvida já que uma ampla revista resultou em que nada pode ser afirmado contra esta sociedade, seja por atividades políticas ou criminosas. Também concluiu-se que ambas as sociedades são de natureza absolutamente apolítica e religiosa. A pedido, o governo confirmou a correção de tais declarações."
[13] A conferência de 5.000 delegados enfatizou que, em face destas circunstâncias, considerou aquém de sua dignidade até mesmo defender-se, no futuro, de quaisquer acusações desonrosas sobre atividades marxistas ou mesmo comunistas. Tal injúria refutada de nossos opositores religiosos indubitavelmente carrega o sinal da competição religiosa. O objetivo deles é sufocar um proclamador honesto por meios repulsivos ao invés de pelo uso da palavra de Deus.
[14] A conferência de 5.000 delegados também afirmou -- como expresso na declaração -- que os Estudantes da Bíblia da Alemanha estão lutando pelos mesmos elevados objetivos éticos e ideais, os quais o governo nacional do Reich Alemão proclamou no que se refere à relação dos humanos com Deus, isto é: a honestidade do ser criado em relação ao seu criador.
[15] A conferência chegou à conclusão de que não há quaisquer divergências entre os Estudantes da Bíblia da Alemanha e o governo nacional do Reich Alemão. Ao contrário, em relação aos objetivos puramente religiosos e apolíticos e o empenho dos Estudantes da Bíblia, pode-se dizer que estão em pleno acordo com os objetivos idênticos do governo nacional do Reich Alemão.
[16] Em razão do suposto linguajar áspero de nossa literatura, alguns de nossos livros foram banidos. A convenção de 5.000 delegados salientou que o conteúdo de nossos livros que foram desaprovados referiam-se apenas a circunstâncias no Império Mundial Anglo-americano e que este -- especialmente a Inglaterra -- deve ser responsabilizado pela Liga das Nações, pelo tratamento injusto e pelos fardos impostos à Alemanha. As coisas ditas no espírito acima mencionado são, desta forma, dirigidas -- quer em sentido financeiro, político ou Católico Romano -- contra os opressores do país e do povo alemão, não contra a Alemanha combatendo estes fardos. De modo que esta proscrição (contra a literatura dos Estudantes da Bíblia) não faz sentido.
[17] Em algumas partes do país os Estudantes da Bíblia são proibidos até mesmo de se reunirem para orações e serviços religiosos e, por muitas semanas, esperam por uma solução para esta situação, a qual é sufocante para suas vidas religiosas. Sobre esta situação, foi expresso o seguinte:
[18] "Nós queremos viver de acordo com a proibição a nós imposta, pois estamos confiantes de que o Sr. Chanceler e o alto governo irão suspender tal proibição -- a qual força dezenas de milhares de homens e mulheres cristãos ao martírio que só pode se comparar ao dos primitivos cristãos -- após terem obtido entendimento da real situação."
[19] Finalmente, a conferência de 5.000 delegados expressou que tanto os Estudantes da Bíblia quanto Organização Torre de Vigia são pela manutenção da ordem e da segurança dentro do estado, bem como pela promoção dos elevados ideais do governo nacional no campo da religião. A fim de dar a conhecer tais coisas ao Sr. Chanceler e às outras altas autoridades do Reich, os sentimentos acima expressos de forma resumida foram expostos em detalhes na declaração anexa.
[20] A Declaração anexa foi lida pelo secretário aos 5.000 delegados da conferência dos Estudantes da Bíblia. Ela foi aprovada unanimemente e adotada com a instrução de se enviar uma cópia simples da mesma, juntamente com este relato da conferência, ao Sr. Chanceler e todos os outras altas autoridades do governo do Reich e seus países.
[21] Isto é feito com o mais respeitoso apelo de que o pedido expresso na declaração, seja recebido com favor: Ou seja, que uma comissão composta por nossos membros tenha a oportunidade de, pessoalmente, explicar a verdadeira situação ao próprio Sr. Chanceler ou ao ministro de assuntos internos. Alternativamente, pedimos ao Sr. Chanceler que designe uma comissão de homens que não tenham qualquer preconceito religioso contra nós -- homens que não tenham interesses profissionais religiosos, mas que estejam apenas interessados em aderir aos justos princípios como foram estabelecidos pelo próprio Chanceler -- para investigar nossa situação imparcialmente. Os princípios mencionados referem-se ao parágrafo 24 do programa do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (partido nazista), que diz:
[22] "Nós reclamamos a liberdade de todas as denominações religiosas dentro do estado, conquanto que elas não ponham o próprio estado em perigo ou violem os valores morais da raça germânica.
[23] O partido, como tal, representa o ponto de vista do cristianismo positivo sem estar ligado a qualquer denominação particular. Ele luta contra o espírito judeu-materialista de dentro e de fora do país e está convencido de que uma recuperação duradoura de nosso povo só pode provir de dentro para fora."
[24] Estamos plenamente convencidos de que, uma vez tenhamos sido julgados imparcialmente, com base, primeiro, na palavra de Deus e, segundo, nos parágrafos acima mencionados, o governo nacional da Alemanha não encontrará qualquer razão para impedir nossos serviços religiosos e atividades missionárias.
[25] Ansiosos por sua gentil aprovação, a qual esperamos receber em breve, desejamos afirmar nossa mais alta estima ao honorável Sr. Chanceler.
Sinceramente,
Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados

Como Identificar Seitas Perigosas


Como Identificar Seitas Perigosas


Como podemos saber se uma organização religiosa, política ou de outro tipo é uma seita perigosa? As seitas usam as seguintes táticas:

1. Recrutamento

  • Engano: A identidade e os verdadeiros objetivos do grupo não são revelados antecipadamente. Os líderes dizem aos membros para esconderem informação acerca do grupo, para que pessoas 'de fora' não saibam muito acerca deles.
  • Chantagem Emocional: As seitas oferecem amizade e aceitação instantânea. Os que recrutam novos adeptos não aceitam uma resposta negativa sem terem antes feito a pessoa sentir-se culpada ou ingrata. Se dissermos sim, a culpa e o sentido da obrigação serão usados cada vez mais para enfraquecer as nossas defesas.
  • Exploração de Crises Emocionais: São exploradas situações como um relacionamento quebrado, um falecimento na família, a perda do emprego, uma mudança recente, a solidão e a depressão.
  • Invenção de Crise: O mundo à nossa volta e crentes de outras religiões são vistos numa perspectiva negra, ou o fim do mundo é iminente, etc. Dizem-nos que temos de fazer parte do grupo para sermos salvos ou curados.
  • Respostas: O grupo tem respostas simplistas para todas as nossas perguntas acerca da vida. As respostas deles são as únicas.

2. Programação

  • Estudo Intenso: A ênfase é posta nos escritos e doutrinas do grupo. A Bíblia, se usada, é citada de forma seletiva e fora do contexto.
  • Avisos: Os novos membros são avisados de que Satanás fará os familiares e amigos deles falar mal do grupo. Dentro de pouco tempo, os recrutas só confiam em outros membros do grupo.
  • Culpa e Medo: Os grupos enfatizam a natureza pecaminosa do indivíduo e a necessidade de purificar a velha personalidade.
  • Controlo da Rotina, Fadiga: O estudo e o trabalho para o grupo são obrigatórios, roubando quase todo o tempo do novo membro, tornando-o demasiado ocupado para refletir ou para ouvir a opinião de outros. A família, os amigos, o emprego e os passatempos são postos de lado, isolando-o ainda mais.
  • Ataque ao Pensamento Independente: O pensamento crítico é desencorajado e interpretado como orgulho e pecado. É encorajada a aceitação cega.
  • Comissão Divina: O(s) líder(es) alegam ter recebido novas revelações de Deus e afirmam ser os únicos porta-vozes de Deus para a humanidade neste tempo.
  • Mentalidade a Preto-e-Branco: Todas as questões têm respostas simples e requer-se do novo adepto uma obediência inquestionável às ordens do grupo. Uma mentalidade do tipo "nós contra eles" fortalece a identidade do grupo. Todas as pessoas que não pertencem ao grupo são encaradas como fracos ou enganados.

3. Retenção

  • Questionamento de Motivos: Quando é apresentada evidência sólida contra o grupo, os membros são ensinados a questionar os motivos da pessoa que apresenta a evidência. Aquilo que pode ser verificado é ignorado e aceita-se aquilo que não pode ser verificado.
  • Controlo da Informação: O grupo controla aquilo que o membro pode ver ou ouvir. É proibido o contato com ex-membros e com qualquer pessoa que critique o grupo.
  • Isolamento e Alienação: O grupo substitui a família e é-lhe dito que não precisa de mais ninguém (nem mesmo a família) além do grupo. Talvez o novo adepto receba instruções para desistir da escola, abandonar o lar, o desporto, etc.
  • Coerção: A desobediência, incluindo até mesmo desacordos insignificantes com a doutrina do grupo, terá como resultado o ostracismo e a expulsão.
  • Fobias: O medo do mundo e das outras pessoas é aumentado, tal como o medo do diabo e o medo do mal. Ensina-se aos membros que lhes acontecerá algo muito mau se eles deixarem o grupo. Não existe nenhuma maneira honrosa de sair do grupo.
  • Empenho: Ser membro e trabalhar para o grupo é essencial para a salvação. Por muito que o adepto se esforce, nunca é suficiente.

4. Resultados

  • Dependência: O adepto fica com uma dependência infantil do grupo.
  • Desordens Pessoais: Depressão, desorientação, ansiedade, stress, comportamento neurótico ou psicótico e até mesmo tendências suicidas.
  • Capacidade Diminuída: O adepto perde a capacidade de pensar de forma clara e crítica. Contradições lógicas nas doutrinas têm pouco ou nenhum efeito sobre ele.
  • Relacionamentos Cortados: A família e os amigos são postos de lado.
  • Exploração: O adepto é explorado financeira, psíquica e/ou mentalmente. Pode ser manipulado para dar tudo o que possui ao grupo, abandonar a escola ou emprego para poder passar muitas horas a vender literatura ou outros itens, fornecer mão-de-obra barata para o grupo, etc.
fonte:http://corior.blogspot.com/2006/02/como-identificar-seitas-perigosas.html

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Quem são os 144.000 e a Grande Multidão?

"Há um só corpo, e um só espírito, assim como também fostes chamados em uma só esperança; um só Senhor, uma só fé, um só batismo." - Efésios 4:4-5
Neste texto podemos perceber muito bem que existe apenas uma esperança apenas, para todas as pessoas. O Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, que ditam as doutrinas que devem ser seguidas e como devem ser seguidas, não ensinam assim. Eles aplicam a esperança nas escrituras gregas como se referindo a apenas a uma classe, a dos ungidos como dizem e esses ungidos segundo eles pertencem a classe dos 144.000 citados em Apocalipse Capitúlo 7, versículo 4. Eles manipulam textos em favor desse ensino, tais como os textos onde Jesus fala a seus discípulos sobre um pequeno rebanho e de outras ovelhas onde o pequeno rebanho seriam os mesmos 144.000 do texto de Apocalipse 7:9 e ainda vão além, dizendo que as outras ovelhas seriam a grande multidão de Apocalipse 7:9.


Vejamos o texto que o CG das TJ utilizam para reforçar tal crença:


"E tenho outras ovelhas, que não são deste aprisco, a estas também tenho de trazer, e elas escutarão a minha voz e se tornarão um só rebanho, um só pastor." - João 19:16.


Pergunte-se seriamente, quem são estas outras ovelhas? Bem, por ocasião do concílio de Jerusalém em 49 AD, durante o discurso de Thiago, ele se refere ao texto de Amós 9:11,12 para ajudar os presentes a entender que os judeus seriam ajuntados a pessoas das nações para buscar a Jeová. - Atos 15:16,17:


"Depois destas coisas voltarei e reconstruirei a barraca de Davi, que está caída; e reconstruirei as suas ruínas e a erguerei de novo, a fim de que os remanescentes dos homens possam buscar seriamente a Jeová, junto com pessoas de todas as nações, pessoas chamadas por meu nome, diz Jeová..."

Pedro já havia declarado antes, que Deus não mais fazia distinção entre judeus e gentios e que havia abrido as portas para os de todas as outras nações para entrarem para a congregação cristã daqueles dias, treze anos antes quando Cornélio e sua família passaram a fazer parte daquela forma de cristianismo.

EM PARTE ALGUMA da Bíblia se diz que as ovelhas que já estavam nesse aprisco eram os 144 mil, e que as "outras ovelhas" eram da "grande multidão" de Revelação 7:9. A verdade é que as "outras ovelhas" de João 10:16 eram os cristãos DAS NAÇÕES, REUNIDOS AOS SEUS IRMÃOS JUDEUS, sob a liderança do ÚNICO PASTOR, o cabeça da congregação cristã. Jesus cumpriu, assim, o que disse que faria em João 10:16.


O CG faz de tudo para descreditar esse entendimento, na A Sentinela 15 de janeiro de 1981, páginas 23-27. Começa dizendo (página 23, parágrafo 6) que as "igrejas da cristandade" ensinam isso. Com esta expressão, altamente negativa para as Testemunhas, visa-se desacreditar a opinião contrária, além de passar a impressão de que todos que a adotam pertencem a essas igrejas, o que não é verdade, além disso, é um raciocínio falso o de que, pelo mero fato de as igrejas adotarem certo ensino, este ensino esteja automaticamente errado. A maioria delas ensina que a Bíblia é a Palavra de Deus, que Jesus morreu em sacrifício pela humanidade, e que há uma vida eterna pela frente. Isto não torna tais ensinos errados, não é verdade?


No mesmo parágrafo 6, afirma-se que o entendimento de judeus e gentios juntos no "um só rebanho" de João 10:16 "discorda de outros textos bíblicos sobre o assunto". Esta é uma afirmação sem fundamento! Que texto bíblico exclui a possibilidade de Jesus ter se referido aos gentios quando mencionou as "outras ovelhas" em João 10:16? Pessoas de ambos os grupos não vieram, de fato, a ser reunidas por meio da aceitação de Cristo?

Na página 23, parágrafo 7, da mesma revista, o CG põe-se a discorrer sobre o que João "pode muito bem ter recordado" quando registrou as palavras de Jesus no capítulo 10, versículo 16 de seu evangelho. O autor desse artigo de A Sentinela presume que João tinha a respeito dos 144 mil de Revelação o mesmo conceito que a Organização tem hoje. Além de ser uma suposição, ele se esquece de que as palavras de João 10:16 não se originaram do próprio João, que apenas as ouviu e escreveu. Foram palavras do PRÓPRIO JESUS, logo, o que João porventura estivesse pensando naquele momento, nós não sabemos e nem vem ao caso.



Outro argumento empregado pelo CG está em A Sentinela 1/11/1974, páginas 671, 672. Primeiro ela cita vários textos em que Jesus chama seus discípulos de "irmãos". Até aí, tudo bem. Depois, recorda a parábola das ovelhas e cabritos em Mateus 25:31-40, onde no final, Jesus diz às ovelhas que lhe deram assistência simbólica:



"Ao ponto que o fizestes a um dos mínimos destes meus irmãos a mim o fizestes".



Então, vem a conclusão: "revela-se assim que as 'ovelhas' mencionadas aqui são diferentes dos irmãos de Cristo." Pela dedução da Sociedade, não é possível que alguém seja "irmão de Cristo" e "ovelha" ao mesmo tempo, e em João 10:16 Jesus estaria se referindo aos 144 mil e às "outras ovelhas" com esperança terrestre. O CG afirma que os 'irmão de Cristo" são apenas os membros do 144.000, mas o que se revela é justamente o oposto.



Ela, no entanto, aplica outra regra, quando se trata da parábola do "Escravo Fiel e Discreto", de Mateus 24:42-47, onde há o "escravo" e os "domésticos". Em A Sentinela 1/9/81, página 24, ela determina: "o 'escravo' é composto por todos os cristãos ungidos como grupo... os 'domésticos' são esses seguidores de Cristo como indivíduos". Observe bem: neste caso, os cristãos ungidos são, ao mesmo tempo, os que dão o alimento e os que o recebem. E este é um princípio biblicamente correto! O cristão verdadeiro tanto serve aos seus irmãos como é servido por eles. Isto também se ajusta às palavras de Jesus a Pedro, em João 21:17:



"Apascenta as minhas ovelhinhas".



Pedro era também uma das ovelhas de Jesus, presentes no aprisco de João 10:16, e assim mesmo foi admoestado a apascentar outras ovelhas deste aprisco. Do mesmo modo, Pedro tanto poderia ser um dos "irmãos" de Cristo, quanto uma das "ovelhas", na parábola das ovelhas e dos cabritos.



O apóstolo Paulo, em notável paralelo com João 10:16, dirigiu-se a cristãos gentios de Éfeso, descrevendo o processo de unificação dos dois grupos, em Efésios 2:11-18.



"Portanto, persisti em lembrar-vos de que anteriormente éreis pessoas das nações quanto à carne; fostes chamados 'incircuncisão' por aquilo que é chamado 'circuncisão', feita na carne, por mãos - que naquele tempo específico estáveis sem Cristo, APARTADOS do estado de Israel e estranhos aos pactos da promessa, e não tínheis esperança e estáveis sem Deus no mundo. Mas agora, em união com Cristo Jesus, vós, os que outrora estáveis longe chegastes a estar perto pelo sangue de Cristo. Pois ele é a nossa paz, aquele que DAS DUAS PARTES FEZ UMA SÓ, e que DESTRUIU O MURO NO MEIO, QUE OS SEPARAVA. Por meio de sua carne ele aboliu a inimizade, a Lei de mandamentos, consistindo em decretos, para que, DOS DOIS POVOS, EM UNIÃO CONSIGO MESMO, criasse UM NOVO HOMEM e fizesse paz; e para que RECONCILIASSE PLENAMENTE AMBOS OS POVOS COM DEUS, EM EM SÓ CORPO, por intermédio da estaca de tortura, porque ele matara a inimizade por meio de si mesmo. E ele veio e declarou as boas novas da paz a vós, os que estáveis longe, e paz aos que estavam perto, por intermédio dele, NÓS, AMBOS OS POVOS, temos a aproximação ao Pai, por um só espírito."



Eis aqui o processo pelo qual Jesus reuniu num mesmo rebanho as "ovelhas" judias e as "ovelhas" das nações. Se o destino final destes dois grupos fosse, como afirma a Sociedade, respectivamente o céu e a terra, com funções e posições diferentes em relação a Deus e a Cristo, estes dois grupos de ovelhas JAMAIS SE TORNARIAM UM SÓ REBANHO. Estariam antes, definitiva e eternamente separados. De fato, poder-se-ia dizer que acontecerá o inverso, pois, a ser verdadeiro o ensino do CG, os dois rebanhos estariam, até agora, juntos na terra, os membros das "outras ovelhas " com os remanescentes dos 144.000 (cerca de 8.000 participantes dos emblemas). Com o tempo, no entanto, de acordo com o Corpo Governante, estes ungidos restantes morreriam e ressuscitariam aos céus, enquanto que as "outras ovelhas" permaneceriam aqui na terra. Em outras palavras, no final de tudo, os dois grupos ficariam em diferentes apriscos, um no céu e outro na terra. Não é isso, porém, o que está escrito na Palavra de Deus e sim o que está registrado em João 10:16.



Os 144 Mil



Evidentemente, em várias de suas publicações, a Torre de Vigia afirma que várias passagens das Escrituras Gregas se aplicam EXCLUSIVAMENTE AOS 144.000 mencionados em Revelação. Ela diz, por exemplo, que apenas os 144 mil reinarão com Cristo no céu. Já que é preciso fundamento bíblico para isso, podemos considerar os DOIS ÚNICOS textos da Bíblia em que se mencionam os 144 mil.



1) Rev. 7:4 - "E ouvi o número dos selados: cento e quarenta e quatro mil, selados de toda tribo dos filhos de Israel" (E passa a alistar, até o versículo 8, 12 mil selados por CADA TRIBO dos filhos de Israel)



2) Rev. 14:1, 3 - "E eu vi, e eis o Cordeiro em pé no monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que têm o nome dele e o nome de seu Pai escrito nas suas testas... e ninguém podia aprender esse cântico exceto os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados das terra."



Um Entendimento Literal



Como se pode constatar, nenhum dos DOIS ÚNICOS textos bíblicos que se referem aos 144.000 diz que eles REINARÃO COM CRISTO. Os textos afirmam que eles são de toda tribo dos filhos de Israel e que foram comprados da Terra. Mostra, porém, a Bíblia que estes 144 mil seriam os ÚNICOS comprados? Em Revelação 5:9,10, João se refere a um grupo com características diferentes das do grupo dos 144 mil:



"Foste morto e com o teu sangue compraste pessoas para Deus dentre toda tribo, e língua e povo e nação, e fizeste deles um reino e sacerdotes para o nosso Deus, e reinarão sobre a terra."



Este texto não pode estar se referindo aos 144 mil de Rev. 7:4 e 14:1,3, pois estes últimos pertencem a "toda tribo" dos filhos de Israel, enquanto que o grupo mencionado no capítulo 5 é composto de pessoas dentre "toda tribo, língua, povo e nação". Com maior probabilidade, estas palavras se referem à "grande multidão" mencionada em Revelação 7:9:



"Depois destas coisas eu vi, e, eis uma grande multidão, que nenhum homem podia contar de todas as nações, e tribos, e povos e línguas..." Agora, compare Revelação 5:9,10 com Revelação 7:9. Ambos mencionam as mesmas características, isto é, de todas as tribos, povos, línguas e nações, sendo que Revelação 5: 9,10 acrescenta que os desse grupo REINARÃO SOBRE A TERRA. Em seguida, compare estas duas passagens com Revelação 14:1-4: diz-se dos 144 mil que têm o nome de Deus e do Cordeiro em suas testas, que cantam um novo cântico que ninguém mais aprendia, que foram comprados da terra, que não se poluíram com mulheres, que seguem o Cordeiro para onde ele vai e são primícias para Deus, mas EM PARTE ALGUMA diz-se que estes 144 mil REINARÃO sobre a terra! Revelação 20:6 tampouco faz menção aos 144 mil.



É claro, o CG sustenta o contrário, dizendo que Revelação 5:9,10 refere-se ao grupo de Revelação 7:4 e 14:1,3; e que a "grande multidão" de Revelação 7:9 não tem nada a ver com isso. Mas, o que devemos seguir? A Bíblia ou o Corpo Governante? É óbvio, também, que a Sociedade exclui totalmente a possibilidade de que os 144 mil sejam israelitas carnais. Em Revelação - Seu Grandioso Clímax Está Próximo!, página 117, par. 12, ela argumenta que a lista de tribos em Revelação 7:4-8 não pode ser literal porque "diverge da costumeira listagem tribal", citando o capítulo 1 de Números. Quem determinou, porém, que esta listagem de Números, capítulo 1, é a "costumeira"? Em Números 13:4-16 há uma listagem que difere daquela do capítulo 1; em Josué, capítulos 13 ao 19, aparece outra diferente daquelas duas. Já Deuteronômio 33:6-24 apresenta uma listagem diferente de todas as outras. Conclusão: NÃO existe uma "costumeira listagem". E ainda que existisse, é inteiramente arbitrário o argumento de que isso determinaria o entendimento dos 144.000 como não sendo literais.



Outra Explicação: A Figurativa



Há um problema com a interpretação dada pelo Corpo Governante às palavras de Revelação. Todos reconhecem que grande parte do livro tem sentido figurativo. A questão é determinar quando as coisas descritas são FIGURATIVAS ou LITERAIS.



Na interpretação do Corpo Governante (obrigatória para todas as Testemunhas de Jeová) para Rev. 7:4 e 14: 1,3, o número 144.000 tem de ser literal. Já as parcelas de 12.000 têm de ser figurativas, visto que ela rejeita totalmente a possibilidade de que as tribos sejam literais. Se o total é literal, as parcelas tribais também deveriam ser. Se se considerar que as parcelas são figurativas, o mesmo deveria ser aplicado ao total. A interpretação da Sociedade, portanto, não tem coerência.



Ao ensinar a existência de DUAS CLASSES, o Corpo Governante explica que os 144 mil não são do Israel literal, e sim do Israel espiritual, simbólico, e que estes "israelitas" são, de fato, pessoas de todas as nações. Neste caso, o que os distingue da "grande multidão" de Rev. 7:9, que também é formada de pessoas de todas as nações? NADA.



Vale a pena repetir aqui que, em Revelação 5:9, 10, onde se menciona o grupo que reinará com Cristo, não se faz referência alguma aos 144.000, como crê a Sociedade. Para ser coerente e argumentar em favor da participação dos 144 mil no reino, a Sociedade teria de estender a participação no reinado também à grande multidão. Mais uma vez, ela se mostra incoerente e se fixa na existência de DUAS CLASSES.



Se o número de 144 mil for simbólico (o que a Sociedade nega) poderíamos dizer, por exemplo, que ele representa o total de todos os que estarão no céu com Cristo. Defendendo, neste caso, a literalidade, a Sociedade argumenta que em Revelação 7:4 dá-se um número fixo, 144 mil, ao passo que no versículo 9 lemos que "Depois destas coisas" vê-se a "grande multidão" que ninguém podia contar. Por outro lado, ao explicar os vinte e quatro anciãos com coroas de ouro (Rev. 4:4), no livro Revelação - Seu Grandioso Clímax Está Próximo, página 77, parágrafos 8 e 9, o Corpo Governante diz que eles são representativos de TODOS OS UNGIDOS RESSUSCITADOS, isto é, 24 NÃO são realmente 24, mas um número maior! Aqui a Sociedade optou pelo simbolismo, em mais uma prova de incoerência de interpretação. Pergunta-se: se 24 podem representar um número maior de ungidos, por que os 144 mil não podem representar o total dos que vão para o céu com Cristo?



Outro indício em favor do simbolismo desses números está em Revelação 14:3, onde se diz que os 144.000 estão cantando um novo cântico diante dos anciãos, os mesmos que segundo a Sociedade "simbolizam o grupo inteiro dos 144 mil na sua posição celestial." (Clímax de Revelação, página 201, parágrafo 11). O entendimento literal deste versículo implicaria em 144 mil pessoas cantando diante de outras 24. Total: 144.024 pessoas. Este cenário incoerente (do ponto de vista literal) é retratado nas páginas 202 e 203 de Clímax de Revelação. A explicação (interpretação) do CG é que os 144 mil e os 24 anciãos são o mesmo grupo "visto de dois ângulos diferentes". Logicamente vem a pergunta: por que o mesmo não pode se aplicar à "grande multidão"? Vale ressaltar que na gravura das páginas 202 e 203, os dois grupos aparecem usando coroas, embora o texto de Revelação informe que apenas os 24 anciãos têm coroas.




Por outro lado, Revelação 14:3 diz que, mesmo estando presentes os 24 anciãos, ninguém, exceto os 144 mil, podia aprender o "novo cântico". Torna-se realmente, nesta base, muito difícil para a Sociedade sustentar, de modo coerente, que os 144.000 sejam obrigatoriamente um número literal em meio a tantos contextos figurativos.


Ainda falando dos números de Revelação, podemos citar os 7 espíritos (1:4), as 7 estrelas (1:16), os 10 dias (2:10), os 24 tronos e as 7 lâmpadas (4:4,5), as 4 criaturas viventes (4:6,7), os 7 chifres e os 7 olhos do Cordeiro (5:6), a quarta parte da terra (6:8), os 4 anjos e os 4 cantos da terra (7:1), a terça parte das árvores, das criaturas e dos rios (8:7-12). Todos estes são apresentados pela Sociedade como sendo figurativos. Por que também não podem sê-lo os 144.000?


"Diante do Trono"


O ensino oficial da Sociedade Torre de Vigia a respeito dos 144 mil é, conforme vimos, de que apenas eles irão para o céu enquanto que os da "grande multidão" ficarão na terra. Será que há na Bíblia fundamento para tal crença? Será que a Bíblia ensina a existência de duas classes distintas de cristãos?


Para deixar que a própria Bíblia fale, é necessário examinar os textos que o Corpo Governante aplica ao que ele entende como sendo um grupo NO CÉU e outro NA TERRA.


A "grande multidão" é mencionada em Revelação 7:9:


"Depois destas coisas eu vi... uma grande multidão".


Em Revelação 19:1, lemos:


"Depois destas coisas ouvi o que era como a voz alta duma grande multidão NO CÉU".


A Sociedade aplica, arbitrariamente, as palavras de Revelação 5:9 aos 144.000 dizendo que são comprados "dentre toda tribo, e língua e povo e nação". O mesmo, porém, se diz da "grande multidão"em Revelação 7:9, de "todas as nações, e tribos e povos, e línguas".


O texto de Revelação 14:3, segundo o Corpo Governante, se aplica APENAS aos 144 mil, que "estão cantando como que um novo cântico diante do trono". Por esta expressão "diante do trono" a Sociedade entende que os 144 mil estão no céu. Veja, no entanto, o que se declara a respeito da "grande multidão" em Rev. 7:9:


"Eis uma grande multidão em pé DIANTE do trono e DIANTE do Cordeiro".


"Diante do Cordeiro" estão também os 24 anciãos (que segundo a Sociedade, representam os 144 mil) de Revelação 5:8: "...prostraram-se DIANTE do Cordeiro".


Revelação 6:11 diz:


"E a cada um deles foi dada uma comprida veste branca...". Este versículo a Sociedade aplica aos 144.000, os "ungidos" (Clímax de Revelação, pág. 102, par. 11). Todavia, o mesmo se diz da "grande multidão", em Revelação 7:9: "uma grande multidão... trajados de compridas vestes brancas".


O Corpo Governante aplica Revelação 19:1 a pessoas que estão NO CÉU, quando dizem: "A salvação, e a glória e o poder pertencem ao nosso Deus". De modo semelhante ocorre com a "grande multidão" em Revelação 7:10: "Devemos a salvação ao nosso Deus".


Revelação 7:14 ainda nos informa que os da grande multidão, "...lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro", enquanto em Rev. 22:14, que segundo a Sociedade se refere aos ungidos (Clímax de Revelação, pág. 317, par. 8) diz: "Felizes aqueles que lavam as suas vestes compridas...".


Por fim, num dos aspectos mais significativos destes paralelos que assemelham os 144 mil à "grande multidão", encontramos o seguinte em Revelação 11:1:


"E foi-me dada uma cana igual a uma vara, ao dizer-me ele: 'Levanta-te e mede [o santuário] do templo de Deus e o altar e os que nele adoram".


Em Clímax de Revelação, página 168, par. 6, a Sociedade explica que essa passagem se aplica aos ungidos, os 144.000. E, tal como em outras passagens, o "templo de Deus" representa o céu. Aí, encontramos em Revelação 7:15, sobre a "grande multidão":


"É por isso que estão diante do trono, e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo".


Tanto em Revelação 11:1 como em Rev. 7:15, a palavra grega para templo é NAÓS, o que deixa bem claro que a "grande multidão" e os 144.000 são descritos pela Bíblia como estando no mesmo lugar, o céu. Ao invés de simples e humildemente aceitar o que diz a respeito do assunto a soberana Palavra de Deus, o Corpo Governante esforça-se para provar que o NAÓS de Revelação 11:1 e o NAÓS de Revelação 7:15 não são a mesma coisa!


Em A Sentinela de 15 de fevereiro de 1981, página 15, a Sociedade diz que NAÓS "muitas vezes refere-se ao santuário interior, que representa o próprio céu". Em seguida, procura demonstrar que NAÓS pode também referir-se ao templo inteiro, ou sua parte exterior, para logo em seguida, arbitrariamente, concluir que a "grande multidão" está servindo a Deus, não no céu, mas no pátio terreno do templo! Chamamos a atenção para o fato de que em parte alguma Revelação diz tal coisa.


Confira o que dizem, a respeito do assunto, outras publicações da Sociedade:


A Sentinela 15 de janeiro de 1961, página 40, diz:


"E HIERÓN referia-se a todo o terreno do templo, ao passo que NAÓS se aplicava ao edifício do próprio templo, sucessor do tabernáculo do deserto".


Também o livro Cumprir-se-á Então o Mistério de Deus (1971), página 260, parágrafo 4, declara:


"O santuário do templo ou NAÓS (em grego) ocupava apenas parte da área do templo".


Como se vê, estas duas publicações da Sociedade distinguiram a área total do templo (grego: hierón) do edifício do templo (grego: naós). Daí, na já citada revista, de 15/02/81, página 15, parágrafo 5, ela se contradiz afirmando que "Fica bem evidente que templo, santuário ou naós, não se referem apenas ao santuário interior, mas à inteira área do templo, com todas as suas edificações".


Toda essa discussão em torno de palavras gregas, todavia, se mostra desnecessária diante do fato simples de que a Bíblia usa a mesma palavra, NAÓS, para descrever o lugar em que se encontram tanto os 144.000 como a "grande multidão". Estão no mesmo lugar, O CÉU! Qualquer coisa que vá além disso, será interpretação humana (1 Coríntios 4:6).


Negando-se a admitir que os da "grande multidão" estão no céu (o templo), à Sociedade não resta outra coisa senão dizer o que lemos em A Sentinela 1 de julho de 1973, página 402, parágrafo 22:


"Esta bela visão apresenta a 'grande multidão' internacional como servindo a Jeová no seu templo, quer dizer, nos pátios terrestres reservados aos que não são israelistas espirituais, como se estivessem no 'pátio dos gentios'".


A interpretação do Corpo Governante da Torre de Vigia coloca a "grande multidão" no "pátio dos gentios". O que diz a Bíblia sobre este pátio? Revelação 11:2 responde:


"Mas, quanto ao pátio que está DE FORA do (santuário) do templo, lança-o completamente fora e não o meças, porque foi dado às nações, e elas pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses."


A Tradução Almeida Revista e Atualizada traduz este mesmo versículo por "foi dado aos gentios".


A Tradução Interlinear do Reino (em inglês), publicada pela Sociedade, na página 1089, mostra que a palavra grega em Revelação 11:2 é NAÓS, ou seja, o pátio que está fora do "NAÓS", do templo!


Quanto a este pátio, nenhuma dúvida pode haver de que, no simbolismo de Revelação, ele está na terra, pois é inadmissível que o "pisoteamento" da cidade santa possa ocorrer nos céus.


O texto diz que o pátio deve ser "lançado completamente fora", não deve ser "medido". Fica bem claro que os que nele estão, não estão numa condição aprovada, são opressores da adoração de Deus, e não apoiadores dela. Como é possível, então, que ali esteja a "grande multidão", que afirma dever sua salvação a Deus e ao Cordeiro (Rev. 7:10) e que, diante do trono de Deus, prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, NO SEU TEMPLO? (Rev. 7:15) A Bíblia é clara: a "grande multidão" está no templo e não fora dele! NO CÉU, NÃO NA TERRA.


Para ver de modo bem claro o ponto de vista da Sociedade, compare a gravura do templo na página 17 de A Sentinela 15 de fevereiro de 1981 com a planta e a gravura do templo que aparecem na página 1534 da Tradução do Novo Mundo Com Referências (1986), e verá que é exatamente no pátio dos gentios, "lançado completamente fora" e "não medido", que a Sociedade coloca a "grande multidão". Resta alguma dúvida de que a Bíblia diz uma coisa e o Corpo Governante ensina outra?



















O "Pequeno Rebanho"


Há ainda o texto de Lucas 12:32, que a Torre de Vigia acredita referir-se também a um número fixo de 144.000 pessoas. O que ele diz?


"Não temas, pequeno rebanho, porque aprouve a vosso Pai dar-vos o Reino".


Na ótica da Sociedade, o "pequeno rebanho" contrasta-se com a "grande multidão". Seria preciso, no entanto, haver apoio bíblico para este entendimento, e tal apoio não existe. Esta passagem e as que falam dos 144 mil não estão no mesmo contexto. Em parte alguma da Bíblia se faz ligação entre Lucas 12:32 e Revelação 7:4 e 14:1. Tampouco é difícil entender o que Jesus quis dizer com estas palavras, "pequeno rebanho". A quem Jesus tinha diante dele quando as proferiu? Lucas 12:22 nos informa que, naquele momento, Jesus se dirigia aos seus discípulos, os discípulos que ele tinha NA OCASIÃO, e estes eram poucos, um grupo pequeno. Nada mais apropriado, então, que, ao encorajá-los com a promessa do reino, ele os chamasse de "pequeno rebanho". Caso se pretenda dar a estas palavras um alcance maior do que o daquele momento, e aplicá-los aos cristãos de todas as épocas, podemos lembrar-nos do que o próprio Jesus ensinou em Mateus 7:13, 14. Em relação aos muitos que rejeitariam segui-lo, preferindo a "larga e espaçosa estrada da destruição", o número de seus seguidores, que acham o "caminho estreito e apertado da vida", seriam sempre poucos. A própria "grande multidão" torna-se pequena em comparação à população total da terra que perde a oportunidade de entrar no rebanho de Cristo.


Conclusão


Quase todos os textos que se aplicam aos 144 mil também se aplicam à "grande multidão". Contudo, menciona-se dos 144 mil que são selados (Rev. 7:4), que eles estão de pé no monte Sião (Rev. 14:1), e que só eles podem aprender o novo cântico (Rev. 14:4). É verdade que não se diz isto da "grande multidão". Por outro lado, não é dos 144 mil que se diz que "hão de reinar sobre a terra", em Revelação 5:9, 10. NÃO HÁ MENÇÃO AOS 144 mil no capítulo 5, embora a Sociedade insista em dizer que estes dois versículos se aplicam a eles. A Sociedade deixa de levar em conta que os mencionados em Revelação 5:9,10 são "comprados dentre toda tribo, língua, povo e nação". Revelação só afirma a mesma coisa a respeito da "grande multidão" (Rev. 7:9). É destes, de toda tribo, povo, língua e nação, que se faz um "reino e sacerdotes" (Rev. 5:10). Em momento algum, no capítulo 5 de Revelação, se relaciona isto aos 144 mil. No capítulo 20, versículo 6, diz-se dos que têm parte na primeira ressurreição que "serão sacerdotes de Deus e do Cristo, e reinarão com ele [durante] os mil anos". A Sociedade também aplica isto aos 144 mil, mas novamente os 144 mil não são mencionados neste capítulo. Igualmente não se fala dos 144 mil como sentados em tronos e como usando coroas de ouro, isto só é dito dos 24 anciãos (Rev. 4:4). A Sociedade ensina que os 24 anciãos representam os 144 mil, mas em Revelação 14:4 fala-se deles como grupos separados, um diante do outro (Clímax de Revelação, páginas 202, 203).


Se tomarmos o texto de Revelação só pelo que ele diz, os 144 mil não reinarão com Cristo. Mas, se pensarmos bem, devemos levar em conta também o que ele NÃO diz! Como assim? Revelação NÃO diz que os 144 mil NÃO reinarão com Cristo, como também NÃO diz que a "grande multidão" está na terra. Revelação diz que os 144 mil estão no Monte Sião, mas NÃO diz que os da "grande multidão" NÃO estão. Revelação NÃO diz que os da "grande multidão" não são selados. Em muitos casos, Revelação AFIRMA coisas mas NÃO NEGA outras!


Se aceitarmos os 144 mil como número literal, temos de aceitar também como literais as parcelas tribais de 12.000, e as próprias tribos de Israel em Rev. 7:4-8 como sendo literais, carnais. E assim mesmo, eles não seriam os ÚNICOS a ir para o céu, pois Revelação, como já vimos, retrata a "grande multidão" como estando lá. Esta é, pelo menos, uma interpretação coerente.


Se, por outro lado, considerarmos os 144 mil como mais um número figurativo dentre tantos outros números figurativos de Revelação, poderemos muito bem entendê-los como representativos de TODOS OS QUE VÃO PARA O CÉU, do mesmo modo que os 24 anciãos podem representar a totalidade dos 144 mil. Poderíamos entender os 144 mil como simbólicos, um número ideal, a soma completa de todos os que se tornam israelitas espirituais, independentemente de quantos eles venham a ser. A "grande multidão", neste caso, poderia simplesmente representar TAMBÉM os israelitas espirituais, vistos do ponto de vista da realidade, o cumprimento do ideal simbólico representado pelos 144 mil. Esta é, também, uma interpretação coerente com os simbolismos de Revelação.


A própria Sociedade, outrora, considerava a "grande multidão" também como CLASSE CELESTIAL (livro Proclamadores, página 161), vindo a mudar sua interpretação em 1935, por meio de um discurso que Joseph Rutherford proferiu em Washington em 31 de maio daquele ano (Proclamadores, páginas 166 - 168, e A Sentinela 1/03/1988, página 12). Ele, Rutherford, proveu esta interpretação, à qual, nem as Testemunhas de Jeová daquela época, nem as da atualidade é permitido refutar.


Não temos aqui a pretensão de Rutherford e do Corpo Governante atual, de sermos porta-vozes de Deus, ou "seu canal exclusivo". Tampouco achamos que somos "dirigidos pelo espírito santo", como se auto-proclama a Sociedade Torre de Vigia, mesmo tendo já cometido inúmeros e graves erros no campo das profecias, das doutrinas e das normas de saúde.


O que aqui se veicula é uma opinião humana (tal como as da Sociedade), formada com base na leitura de vários textos bíblicos. Que os que a virem, possam julgar por si próprios quanto à sua procedência ou não.


No entanto, um ponto está bem claro em nossas mentes: a Bíblia mostra que os 144 mil e a "grande multidão" estão juntos NO CÉU.


Suscita-se uma pergunta: por que se apega a organização, de modo tão ferrenho, à sua interpretação oficial, já que se mostra em desacordo com a Palavra de Deus? É simples: sem tal entendimento, desapareceria todo o arcabouço de autoridade que ela reivindica para si com o ensino de DOIS GRUPOS - UM NO CÉU E O OUTRO NA TERRA; UM GOVERNANDO E OUTRO SENDO GOVERNADO. E, afinal de contas, é exatamente desse modo que ela perpetua sua autoridade!


O que aqui foi considerado, naturalmente, levantará questões quanto à continuidade da vida na terra, quem ficará sobre ela, os "novos céus e a nova terra" de 2Pedro 3:13, o reinado de mil anos de Cristo e outras. No momento, só podemos dizer que NADA DO QUE FOI DITO aqui elimina essas expectativas. Muitos dos arranjos futuros de Deus, afinal de contas, sairão dos novos rolos.


Do que Jeová estabeleceu em Sua Palavra, TUDO se cumprirá, e nisso CONFIAMOS PLENAMENTE.


Fonte:  http://www.testemunha.com.br/conteudo.asp?cod=14